um de cada vez. afinal, dá um tempo, eu não sou de ferro ...
detonaram os meus abundantes, floridos e brilhantes anos dourados, em parcas 24 horas.
morreu, michelangelo antonioni que me deu "blow up - depois daquele beijo", o filme que explodiu meu coração beirando os 20 anos. um privilégio ter vivido mais isso, além de tudo que me foi dado viver.
nem sei se eu compreendi, naquele momento, o absoluto daquela orgia cheia de diálogos corrosivos, cenas longas, lentas, quase mudas. o que eu sei é que assisti, extasiada, a genialidade de antonioni, que captou a história daquele tempo abarrotado, repleto de transformações e conseguiu traduzir tudo em inesquecíveis imagens.
os anos 60 não teriam sido como foram, se não fosse o filme do último beijo ... se não fosse aquela dança, aquele parque ... filme explicado cena por cena, por alguém mais sabido - na vida de cada garota, sempre havia um cara daqueles que conseguia explicar o filme, pra levá-la ao cinema.
bergman e antonionni fizeram isso com as cabeças dos jovens daqueles anos. o filme continuava depois, nas discussões que só os anos 60 conheceram.
agora, o que me resta, é me virar sem ele e sem ernst ingmar bergman.
fazer o quê???
como se isso tudo não bastasse, "blow up - depois daquele beijo" tem show de rock indoor dos Yardbirds, no qual jimmy page e jeff beck, quase bebês, tocam lado a lado.
é ver pra crer.
rock e cinema, meu ambiente, minha nação.
sexta-feira, 3 de agosto de 2007
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