quarta-feira, 3 de outubro de 2007

***festa, rebu, rebuliço ... o rebu. a vida de cada um. a culpa de todos***

a frase era utilizada na apresentação dos próximos capítulos da novela o rebu.
***

instigada, sai correndo pra catar, no sótão aqui de casa, uma fita cassete de dia desses, mais precisamente, gravada entre novembro de 1974 a abril de 1975.
isto porque, o jargão novelesco, quem matou, pairou no ar mais uma vez, e suscitou a excelente obra policial, o rebu, de agradáveis lembranças, escrita por bráulio pedroso, também autor do beto rockfeller, novela que mudou a cara da televisão brasileira.
a trama de 112 capítulos é ambientada no interior de uma mansão, onde acontece uma festa, com a qual conrad mahler, o anfitrião, homenageia a princesa olímpia, interpretada por marília branco. começo, meio e fim duram o tempo necessário para a apresentação dos personagens, ocorrer um crime e, conseqüentemente, rolar a investigação do assassinato.
nada mais que dois dias.
com este recurso quase cinematográfico, incorporado ao do flashback sem ordem cronológica, bráulio pedroso, mais uma vez, inovou a linguagem televisiva.
o crime, vai sendo desvendado aos poucos e, aos poucos, é revelado o desfecho para o público, assim como no bom cinema de suspense.
o pioneirismo do quem matou, não está contido em apenas uma questão,
mas em duas questões:
quem matou e quem morreu.
belíssima inspiração!
em o rebu a televisão tratou,
pela primeira vez e com naturalidade, a homossexualidade.
o anfitrião, conrad mahler, vivido pelo ziembinski - seu último papel - tem um caso velado com cauê, interpretado por buza ferraz. por outro lado, glorinha, vivida por isabel ribeiro e roberta, interpretada por regina viana, cansadas de suas vidas insípidas dentro de casamentos infelizes, fogem juntas.
o crime é descoberto quando aparece um cadáver boiando na piscina. de costas, torna-se impossível saber de quem se trata. só fica claro ser o corpo de um homem. no entanto, durante a trama, as mulheres criam uma brincadeira que confunde a polícia, ou seja, vestem-se de homem e cortam os cabelos.
no final das investigações é revelado o nome da personagem morta, é silvia, vivida por beth mendes.
isto resolvido, surge o criminoso, o anfitrião conrad mahler.
porém, o penetra boneco, que havia feito amizade com mahler durante a festa, assumiu a autoria do crime.

inegável a excepcionalidade do trabalho de bráulio pedroso, e dos atores dirigidos magistralmente por walter avancini e jardel mello.

a trilha sonora é ótima e foi composta, quase completamente, por raul seixas e seu comparsa, o farsante, paulo coelho – inevitável manter adormecida, a cascável dentro de mim ...
... rshshshshshrshshshshshshs ...
outras duas canções, salve a mocidade e tema dançante,
são de luiz reis e roberto menescal, respectivamente.

a trama da novela desenrolando-se numa festa, sugeria música ao vivo. o músico paulo césar oliveira era o encarregado de tocar piano. em alguns capítulos, por qualquer motivo, ele não era escalado, e com isto o piano tocava sozinho.
o caso do piano fantasma transformou-se em piada, no humorístico satiricon.

selecionei e copiei, para quem quiser escutar, a música de novela de antigamente.






a prova da falta de inspiração de alguns dos atuais inventores de canções, é o resgate de músicas dos autores de antes, para iluminar as merdas que a teledramaturgia tem jogado na cara daqueles que não tiveram, como eu, a feliz idéia de esquecer como se utiliza o botão
que leva às imagens da tv aberta no brasil.

o elenco:

ziembinski .... conrad mahler
lima duarte .... boneco
bete mendes .... sílvia
buza ferraz .... cauê
mauro mendonça .... alvaro rezende
isabel ribeiro .... glorinha rezende
tereza rachel .... lupe
rodrigo santhiago .... kiko
josé lewgoy .... carlos braga
arlete salles .... lídia braga
carlos vereza .... laio martins
maria claudia .... helena martins
yara côrtes ... dona bubu (maria angélica de lara campos)
edson frança .... delegado xavier
marília branco .... princesa olímpia boncompagni
regina viana .... roberta menezes
felipe wagner .... dr. davi menezes
ruth de souza .... lurdes

depois do exercício de memória com a ajuda impagável da web,
lembrei de buscar e consegui encontrar,
a abertura ...
a artista plástica marguerita fahrer, fez os desenhos da abertura da novela, de memorável graça.




... e o trailler, no youtube ...

2 comentários:

Anônimo disse...

Beleza, beleza pura... além de ler e ver ainda afanei umas charges da abertura ... para as minhas montagens ... deve ter sido uma novela e tanto .... bem diferente das de hoje ... eu via as novelas, 6,7 e das 8 ... aboli das 6 e 7...foi dando um enjooo daquelas mesmas histórias ... mas acho q para apreciar o bom há de ver o ruim ... é q nem ler a criança q gosta de revista em quadrinhos, ela vai querendo + coisas ... assim foi comigo ... mas li tanto e não aprendi escrever ...
Parabéns, beleza, amei ... o Sábio precisa vir até aki .. retribuir suas visitas ... e ver o quanto de bonito eu vi ..
Vc não imagina o prazer, de elogiar, a alegria em dizer AMEI.
Beijos, beijocas e não sou sua filha puxa saco ... rsrsrrsrs
Clara

Requerí disse...

que bom que gostou, pois, esta novela foi ótima, escrita e realizada com capricho, pra agradar ...
o sábio vem, todo dia, só não coloca comentário ... rsrrs ...

valeu!!!
bj. tô indo.